sexta-feira, 1 de julho de 2011

O meio-campo político

Texto publicado no Painel do Leitor(Folha de S.Paulo) no dia 03/07/2011


Hoje à noite começa, na Argentina, a Copa América, tradicional competição entre seleções sulamericanas. Além de ser famosa pela qualidade de suas partidas e jogadores, ela também tem fama de palanque político. Essa edição não será diferente.
Em ano de eleição no país platino, o campeonato de 2011 não poderia passar despercebido pelos políticos. Cristina Kirchner, com baixos índices de aprovação entre a população e perdida politicamente desde a morte de Nestor Kirchner, está apostando alto na Copa América para conseguir sua reeleição.
Tudo foi pensado a favor dos kirchneristas, desde programas governamentais, como a estatização do futebol e o recém lançado “LCD para Todos”, programa que facilita a compra de televisões para a população carente, até as escolhas das sedes de políticos da situação, como as cidades de Salta e San Salvador de Jujuy, que simplesmente não apresentam tradição no esporte. Buenos Aires, sede da maior oposição ao governo Kirchner, apenas sediará a final por ser a capital do país.
Comparações podem ser feitas com o regime militar latino em 1978. Na época, a ditadura no poder usufruiu das dimensões que a Copa do Mundo proporcionava para fazer propaganda do governo em âmbitos nacionais e internacionais. Na ocasião, a Argentina levou a taça.
Agora é esperar para ver se a seleção liderada por Messi, um dos melhores jogadores dos últimos tempos no futebol, trará o título para as urnas de Cristina. Agora, se depender das outras seleções, principalmente as do Uruguai e Brasil, a Copa América 2011 será um prato cheio para a oposição.

Um comentário:

  1. E ai querido! Your favorite teacher here! Gostei do seu blog. Enquanto tiver tv e as rede Globos da vida pra alegrar o povo, tudo acaba em samba... ou tango... Tacada de mestre essa das LCDs.
    Saudades! Thalita

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