segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Política de Matar

O tenente-coronel Modesto Madia foi nomeado comandante da tropa de elite da polícia militar paulista nesses últimos dias. Essa notícia, caracterizada como desimportante por muitos, passaria despercebida por esse blogueiro se não fosse um único detalhe: O PM é réu no caso do Massacre do Carandiru e evidencia a política repressora que a polícia passou a exercer.

A polícia nada mais é do que o próprio instrumento do Estado. É nela que os governantes confiam para que a vontade instituída por ela seja cumprida através da coerção, ou imobilidade, com finalidade de não abalar o poder central e manter o status quo da sociedade. Os policiais são nada mais que agentes do desejo do Estado e dos políticos que o governam. Um grande exemplo é o caso Castor de Andrade, falecido contraventor carioca e considerado o primeiro mafioso brasileiro, que prosperava graças às vistas grossas das autoridades, pois o Estado não tinha interesse em acabar com seus lucrativos negócios e, consequentemente, apoio. Isso era tão explícito que o ex-presidente general João Figueiredo abraçou o bicheiro em uma cerimônia.

Logo, é cabível concluir qual a mensagem explícita que a nomeação de Modesto Madia passa para a população. Na cabeça dos políticos, a truculência da corporação policial, a selvageria e o medo que a farda possa propiciar são a chave para controlar a sociedade, o grande desejo do governo. Chega até a ser parecido com as temíveis SAs dos tempos de trevas e suásticas na Alemanha, onde as milícias usavam o terror e a como forma de manter o controle da população. Muitos estados no Brasil se encaixam com essa política quase totalitária de uso da polícia, como é o caso de Alagoas, região em que o coronelismo consegue vencer as barreiras do tempo, mas em especial São Paulo, vangloriado como o estado mais rico da União e, em tese, um exemplo a ser seguido, que segue sempre que pode com sua política de repressão.

Uma verdadeira polícia deveria ser aquela faz a segurança pública em parceria com a população. Um novo pacto social deveria ser feito entre Estado e povo para que um possa enfim coexistir no outro, usando políticas de inclusão, como escolas e hospitais, para construir uma base sólida na sociedade. Entretanto, isso se torna impossível quando uma das pontas do acordo tem como favorito um carrasco com sangue de 111 pessoas nas mãos.