sábado, 10 de setembro de 2011

Lágrimas de Setembro

11 de setembro. O que era para ser uma data qualquer virou um dos mais fatídicos e marcantes dias de gerações inteiras. Exatamente às 8h46min, horário de Nova Iorque em que o primeiro avião colidiu com o World Trade Center em 2001, o mundo se rompeu como as torres e desabou sobre as cabeças dos povos.

O medo e o terror passaram a guiar os rumos da humanidade a partir dos atentados. Por mais que o terrorismo seja uma tática já usada há algum tempo, inclusive no próprio EUA, um ataque dessa magnitude de brutalidade e covardia nunca tinha sido visto, o que gerou ondas de choque em todo o planeta. O medo de novos atentados em qualquer lugar e hora transformou-se em uma paranoia doentia que precisava ser constantemente alimentada por provas de novas conspirações contra seus países e de estabelecer vilões em uma visão simplória e maniqueísta dos acontecimentos. Para isso, incontáveis pessoas, principalmente muçulmanas, foram investigadas, presas e torturadas para que o novo ciclo permanecesse.

A noção de inimigo mudou drasticamente após os ataques de 11 de setembro. Até então, esperava-se um ato de guerra de um segundo Estado, mas não de uma organização sem fronteiras. A Al-Qaeda de Osama Bin Laden quebrou todos os paradigmas e selou o destino da humanidade no século XXI ao travar a primeira batalha do gênero ao derrubar os centros de poder econômico e militar americano. O resultado não poderia ser mais catastrófico. Se três mil pessoas morreram nos ataques, outras centenas de milhares pereceram nos mais variados fronts de batalha de forma direta (225 mil só no Afeganistão) na tão chamada Guerra ao Terror e outros tantos indiretamente como consequência da fome e da miséria que grupos e países terroristas causaram nos últimos dez anos.

É difícil escrever tal fato sem mostrar um pouco de pessimismo. Confesso que, no auge dos meus sete anos de vida, não me lembro ao certo o que estava fazendo na hora dos ataques, mas isso não é importante. O que me lembro é dos olhos de minha mãe, atônitos e incrédulos, dizendo em uma imagem o que passava na mente de milhões ao mesmo tempo. Dez anos depois, o choque continua o mesmo, e aqueles olhos medrosos e temerosos continuam, mas dentro de seu coração que ainda diz que não estamos seguros e que a paz exilou-se para algum lugar obscuro.

Nesse fúnebre aniversário, tudo leva a crer que serão convidados a tristeza, o medo e as lembranças guiadas pela dor e o sofrimento. Podem até ser, dados os acontecimentos, mas podem ter certeza de que não serão os únicos por lá, pois há sempre alguém para colocar de penetra a esperança e a fé nos participantes, e isso é o suficiente para gerar dias melhores do que foram nesses últimos dez anos.