domingo, 12 de junho de 2011

Minha primeira vez

Era manhã na cidade do Rio de Janeiro. Enquanto em pleno dia dos namorados as pessoas normais gastavam seu preciso tempo entrelaçados nos cobertores, eu já estava de alerta para a batalha que estava por vir.
Muitos já tinham me informado sobre a questão em si, desde a dicas de comportamento e relaxamento a até simulações e treinos práticos e didáticos, mas nada parecido como o que tive no domingo. Dessa vez não havia conselhos e livros. Era apenas eu sozinho na cruzada já a muito planejada e nunca posta à prova
Cheguei antes dos demais soldados no bairro do Méier, centro pulsante e ardente do fantástico caótico subúrbio carioca. Não conseguia pensar em nada, nada além de focar na minha missão, como um caçador atrás de seu premio. Nada, até ela aparecer. Se Tom Jobim e Vinícius de Moraes se encantaram com a garota de Ipanema e escreveram uma poesia, para essa musa do Méier eles fariam uma rapsódia inteira. A missão poderia estar comprometida.
Não tive chances de reagir aos encantos da formosa moça. Ela se aproveitou de toda a minha inexperiência no assunto e tomou a iniciativa, sem apresentar qualquer gentileza ou modos. Nada o que eu pudesse fazer poderia parar o ímpeto da mulher, que em movimentos friamente calculados deixavam-me sem qualquer resposta e confuso com o que estava acontecendo na minha frente. Porém, se no início achava que isso seria maléfico ao meu desempenho, não foi o que ocorreu no final. Passei a entrar no ritmo da donzela e aprendi com ela certos artifícios.
No soar das doze badaladas da igreja de Santo Antonio de Pádua, a musa do Méier largou-me e foi embora para nunca mais. Era o preço da guerra ao qual travamos nesse domingo e que, para minha felicidade, conseguimos vencer. Sentirei saudades da primeira vez em um vestibular.

Um comentário:

  1. HUAHUAHUAHUAHUAAUAHUAHUAHUHUAHUA
    eu não sei pq, mas eu ri muito com esse texto! curtii =)

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