Desde que foi criado pelos britânicos, o futebol movimenta a vida de milhões de pessoas através da emoção proporcionado por ele. Consequentemente, esse esporte tem o poder de gerar nas pessoas um sentimento nacionalista muito forte em certos países, como no Brasil. Por esse motivo, ao longo da História ditadores usaram o futebol como propaganda de seus regimes como um meio de enfatizar “a grandeza da nação”. Com Benito “Duce” Mussolini não poderia ser diferente.
Inaugurado em 1926, o regime fascista necessitava da propaganda para passar a imagem de uma grande potencia, e via no futebol um grande instrumento para tal. Em 1929, por ordens do Duce, o campeonato italiano foi totalmente reformulado para integrar os times do norte e do sul em uma única liga, já que a antiga fórmula de uma divisão do norte e uma do sul não seguia o ideal nacionalista do partido. Além disso, alguns clubes tiveram que ser reestruturados para atender aos desejos fascistas, como a Internazionale, que teve que mudar suas cores, escudo e até nome (passou a se chamar Ambrosiana na época). Mas isso não era suficiente para Mussolini.
Graças ao sucesso da I copa do mundo de futebol no Uruguai, a competição virou uma obsessão para o ditador. O regime totalitário não mediu esforços para realizar a próxima Copa em solo italiano, já que sabia do impacto da propaganda que geraria na Europa caso tudo desse certo. Estádios foram construídos e nomeados em louvor ao regime, como o Estádio Nazionale PNF (Roma) e o Benito Mussolini (Turim), atletas foram naturalizados e até árbitros foram “pré-selecionados”. Nada podia dar errado. No dia 10 de junho de 1934, a Itália fascista era campeã mundial aos olhares orgulhosos do Duce, que via sua Itália no mais alto degrau na Europa.
O episódio se repetiu na terceira edição em 1938, mas com uma diferença: a Copa seria realizada na rival França. Era um desejo de o Partido Fascista mostrar “a grandiosidade da nação italiana” em uma potencia estrangeira, o que gerou uma desconfortável pressão sobre os jogadores, que chegaram a receber até telegramas do próprio Mussolini avisando que na competição era ”vencer ou morrer”. Tal “incentivo” funcionou e a Itália sagrou-se bicampeã mundial, com direito a vitória em cima dos anfitriões vestido de um uniforme preto, símbolo do regime fascista.
Taças foram levantadas e jogadores consagrados, mas a maior vitória não foi no campo esportivo, mas no palanque político.A máquina de propaganda de Duce colocava assim a cereja do bolo do regime, que só apodreceu na II Guerra Mundial.
hahaha não sabia que voce tinha um blog, Breno! Gostei do seu texto! Vou me lembrar dele na prova de amanhã!
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