quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Guerra e paz

O conflito entre israelenses e palestinos é um dos maiores obstáculos para uma paz contínua no Oriente Médio. Após décadas de verdadeiras batalhas, sejam militares ou políticas, e mortes, a luz do fim do túnel está longe de ser uma realidade.
Em tese, a questão palestina seria simples de resolver fossem aceitas as imposições feitas pela ONU. De acordo com sua resolução de número 181 (1947), o território palestino, na época administrada pelo Reino Unido, seria dividido em dois Estados, um judeu e outro árabe, para que ambos pudessem ter seus próprios países, além de Jerusalém virar uma cidade internacional. Provavelmente, isso ocorreria se não fosse pela grande escalada na violência entre ambos os lados e seu resultado imediato: a Guerra Árabe-Israelense (1948) travada entre Israel e países árabes descontentes com a posição da ONU. Desde então, a paz na Palestina foi se deteriorando por inúmeros motivos, principalmente por causa do terrorismo palestino e o conservadorismo israelense.
O uso do terror como arma por (alguns) palestinos é fundamental para dificultar a trégua permanente na região. Com o argumento de que esse seria a única forma eficaz de conseguir um país próprio e financiado por outras nações, grupos extremistas passaram a atacar forças de Israel dentro e até fora de suas fronteiras, como no ataque à delegação israelense nas Olimpíadas de Munique. O problema é que, graças aos atos covardes terroristas, o Estado de Israel passou a ver com desconfiança uma possível negociação, já que formou uma associação entre terror e Estado palestino e, de acordo com os políticos, a segurança israelense poderia ficar comprometida.
A política conservadora do Estado judeu também acaba com qualquer condição para o fim das hostilidades na Palestina. Ao invés de sentar e negociar para resolver a questão como um país digno faria, Israel prefere usar os mecanismos em sua volta para impor sua vontade de forma imperialista. Um grande exemplo é o contínuo envio de colonos para a região da Cisjordânia para afirmar sua presença na área que deveria pertencer ao Estado palestino, o que fere claramente uma resolução do Conselho de Segurança, a de número 242, que demanda a retirada total das forças israelenses de todos os territórios ocupados em  1967(Gaza, Cisjordânia, Golan e Jerusalém Oriental).
Não há nenhum pobre coitado na questão palestina, como muitos teimam em acreditar. Ambos os grupos cometeram ações dignas de repúdio de toda a sociedade ao longo das décadas, como um atentado em Tel Aviv em 2001 que ceifou 21 vidas por parte dos palestinos e o uso bélico de fósforo branco, proibido pelas leis internacionais de guerra, em Gaza por Israel. Por mais que a Palestina tenha o direito de ter um Estado próprio e Israel ter o direito de garantir a segurança de sua população, tais atos horrendos não são desculpas para respectivos objetivos.
Desse modo, a única forma de garantir a paz duradoura entre israelenses e palestinos é se ambos cederem parte de seus anseios. Israel precisa retirar-se definitivamente das áreas ocupadas e deixar que os palestinos formem um Estado independente e a Palestina precisa abandonar totalmente o uso do terrorismo. Só assim para que a foto que ilustra o artigo se torne mais costumeira, substituindo as de homens ensanguentados de sofrimento.

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