quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cartas de Benghazi


A liberdade é uma das maiores conquistas do ser humano e, quando privado desta, tende a, eventualmente, rebelar-se contra a opressão. Foi o que aconteceu neste ano no mundo árabe, especialmente na Líbia.
Após 42 da ditadura truculenta de Muammar Kadafi, o povo líbio finalmente consegue respirar o doce ar livre. Insatisfeitos com a brutalidade e a corrupção presentes no regime e inspirados nas bem sucedidas revoltas populares nos vizinhos Egito e Tunísia, os líbios, principalmente na cidade estratégica de Benghazi, pegaram em armas e começaram a partir para o confronto militar, já que o diálogo não parecia surgir efeito. Seis meses e milhares de mortos em ambos os lados depois, a nação africana se libertou do controle de Kadafi ao tomar o controle da capital, Trípoli. Foram 42 anos de espera, mas enfim o povo buscou a libertação na Líbia.
Essas revoluções na Líbia e no resto do mundo árabe só foram possíveis graças à busca do homem contemporâneo pela liberdade. Ao ter um primeiro contato com ela, seja ou na prática, ou como referencia histórica, o indivíduo comum tende a reproduzir um modelo para que ele possa ser livre e tenha participação ativa na sociedade, para assim moldá-la e melhorá-la. Foi o que aconteceu na Primavera Árabe. O povo, cansado do andar dos arcaicos regimes, passou a ver para os modelos ocidentais de democracia como a resposta para seus problemas, muito por causa da democratização da informação gerada pela internet e redes sociais.
Desse modo, não é de se assustar com a proporção das revoltas. Juntando dezenas de anos em ditaduras brutais e obsoletas e informações minimamente democráticas, o mundo árabe era um grande barril de pólvora prestes a explodir. Três ditadores já saíram do governo, e outros, como os da Síria e do Iêmen, já temem serem os próximos, com toda a razão, já que o desejo pela liberdade é maior que pelo poder.
Mas, enquanto outros regimes não caem e os resultados das revoluções ainda estão ficando evidentes, as sensações de liberdade continua no ar do mundo árabe. Se antes era o Egito o centro dessa liberdade, hoje é a Líbia, principalmente em Benghazi, e seus relatos de esperança para o resto da humanidade.

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