quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Amor à História



 
O amor à história é mais do que o amor á esta ciência em si. É o
amor à humanidade, ao ser humano, sua trajetória, seu comportamento e
atitudes. É amar as consequências da vida em sociedade, a interação entre
diversos homens.

Estudar a história é fascinante. Estudar o passado nos ensina
muito mais que estudar qualquer outra ciência. Cada fato, cada
acontecimento ou evento está ligado de forma inegável a diversos outros,
e tudo isso acaba por formar uma teia da humanidade, que passa das pólis
gregas até o mundo bipolarizado da Guerra Fria. Essa rede de relações nos
mostra muito sobre o ser humano em si. Nos mostra o psicológico dele,
suas necessidades e desejos. Mostra o grande desenvolvimento do
intelecto humano,que andou de mãos atadas ao avanço da ciência.

O mais interessante é que uma simples mudança e tudo estaria
totalmente diferente. Imagine se Napoleão não tivesse invadido a Rússia,
e com isso, mantido seu poderoso exército intacto. Os ingleses teriam
derrotado Bonaparte? Ou a Europa ainda viveria na hegemonia francesa?
Ou ainda será que se Hitler não tivesse invadido a Rússia, a Alemanha
ainda viveria em um regime nazista? São perguntas que não possuem
respostas, mas que nos intrigam por sua complexidade e simplicidade
mútuas.

O passado pode nos mostrar como agir no futuro. Podemos
compreender o que traz resultados positivos e o que traz resultados
negativos e aplicar isso às nossas atitudes cotidianas. Sabemos que a
repressão gera revolta e o poder gera a ganância em quem o possui. O
livro 1984, do inglês George Orwell, mostra isso com clareza: na obra,o
Partido estudou todos os governos autoritários do passado e, dessa
forma, conseguiu elaborar e estabelecer um estado autoritário que
aparentemente não tem falhas, sendo quase impossível derrubá-lo.

Além disso, o Partido possui um lema: “Quem domina o passado
domina o futuro; quem domina o presente domina o passado”. Uma
análise dessa sentença nos mostra o poder da história: ao nos apresentar
a realidade de antigamente, nos dá o poder de comparação, podendo
gerar um sentimento de revolta ou contentamento. E é dessa forma que o
Grande Irmão (líder do Partido) mantém o controle da população: ele forja
obras e histórias onde o passado é um lugar horrível, onde todos
passavam fome e viviam na miséria, sendo que os únicos que viviam no
luxo eram os capitalistas, donos de tudo, que tinham centenas de
serventes e usavam cartolas. É óbvio que o governo do Partido era repleto
de miséria e fome, mas ao eliminar os registros históricos e ao criar um
passado fictício e infernal, a população não tem o poder de comparação
ou uma fonte para incitar sua rebeldia, tornando esta inviável.

O estudo da história também pode ser extremamente entediante.
Mas isso se deve a professores não capacitados que não tem o dom de
incitar o interesse e o amor à história em seus alunos. Um bom professor
traz interesse aos alunos, expressa sua paixão a esta ciência durante às
aulas, acaba por criar um olhar crítico ao conhecimento em seus pupilos.
Torna aulas interessantes e faz uma hora parecer não mais que dez
minutos.

Hoje sei que tive ambos os tipos de professores de história, e devo
grande gratidão àqueles que souberam me mostrar que a história é a
ciência mais interessante e complexa do mundo.

Dedico este texto ao professor Roberto Nasser, que soube me fazer
pensar e amar a história

Ricardo Harris Johnston

Um comentário:

  1. Ola Ricardo,
    Muito bom o Post, a Historia é de fato uma ciencia muito interessante mesmo. E legal perceber que não é só na historia que as perguntas sem respostas promovem a curiosidade, em diversos temas( até nos mais "exatos") as perguntas sem respostas servem de grande motivacão para quem se aprofunda na área.
    Sobre o livro, é muito interessante a ideia de futuro alternativo que G.O. propem, o romance ta cheio de premissas incriveis mais acho que se falar mais vou comecar a dar muito espoiler. De qualquer modo o livro é Muito bom. Recomendo.

    LuisGMO

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