quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Santos Pecados

Ao longo dos séculos, a postura da Igreja Católica mostrou-se uma barreira para o progresso da humanidade. Após as brutais condenações do papa Bento XVI à união homossexual, a pergunta que fica é: até quando?

Primeiramente, o texto é sobre a instituição Igreja Católica Apostólica Romana e seu comportamento, e não sobre a religião católica. Não é de interesse de esse blog discutir parâmetros sobre as crenças e atiçar o confronto entre os mais diferentes credos e ateus, pois esse tipo de discussão não passa de uma grande idiotice.

Muitos de seus pecados (talvez a palavra favorita do clero) vêm de suas origens. Após tornar-se a única organização funcional com a queda do Império Romano no Ocidente e já deter um grande número de seguidores em amplos territórios, a Igreja ganhou um status destacado e seu poder temporal multiplicou-se em meio do caos da Idade Média. Ao adquirir tanta influência, a postura da entidade passou a ser de mantê-la a qualquer custo, mesmo que isso tenha significado a perseguição de todos que pudessem colocar em xeque sua reputação de portadora da verdade, torturas e guerras. A Igreja, que deveria passar a mensagem de amor e confraternização, passou a mostrar arrogância e segregação.

Atualmente, tal prepotência é visível em seu conservadorismo. A defesa de tantos ideais retrógrados demonstram que o papado ainda não aceita os novos tempos da modernidade, quando seu poder foi drasticamente reduzido, ao utilizar de sua ainda grande influência para barrar conquistas da sociedade contrárias à sua posição. Ao invés de aproveitar as oportunidades e encarar uma reforma condizente com o mundo que vive, a Igreja Católica prefere fechar as portas e condenar o fim do celibato, direitos dos homossexuais, o uso de camisinhas, a ordenação de mulheres, etc.

Eu, como católico, tenho vergonha de ver sacerdotes como Bento XVI continuarem essa linha de pensamento na Igreja. Talvez a última esperança tenha ido junto com a morte de João Paulo II que, mesmo com a manutenção de certas medidas medievais, mostrou-se apto a dialogar e construir um mundo melhor. Dependendo de Ratzinger, a Igreja continuará com seus santos pecados.

3 comentários:

  1. Breno,
    Ninguém é obrigado a ser católico. Acredito na Santa Igreja como a mais fiel depositária do legado cristão, mas ela não é dona dele.
    Como Cristo disse: "Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz, não olhei os vossos pecados, mas a fé que anima vossa igreja, dei-Lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade".
    Nós católicos temos de ser humildes e suportar as críticas de que nossa religião comporta uma série de dogmas ultrapassados, conservadores e sem sentido.
    Ao mesmo tempo, temos de ser autênticos e procurar oferecer, com nosso exemplo de vida, as melhores razões para sustentar a nossa fé.
    De todo modo, a maior parte das igrejas cristãs do mundo hoje partilha um legado ecumênico e de respeito mútuo.
    Espero que encontres no seio da igreja as melhores respostas para apaziguar teu espírito e teu coração, mas, se estas respostas estiverem fora dela, segue em paz e sem culpas.
    Paz e bem.
    Rodrigo.

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  2. oi Breno, não pude deixar de ler e me posicionar...
    Na minha opinião modestíssima, vou me pronunciar, antes de tudo, vendo a Igreja católica, como um seguimento religioso que perdurou anos na história do mundo. É difícil num mundo globalizado e aflito, sentirmos as imposições da Igreja como uma reflexão. Estudei em colégios católicos consagrados do Rio de Janeiro e consequentemente foram 6 anos de teologia. E só para você ter uma idéia minha opção foi o Candomble! Não condeno este ou aquele seguimento religioso, muito pelo contrário, respeito todos eles, porque assim aprendi! Nós seres humanos somos contraditórios todos os dias, acho que isso nos faz pensar mais e mais sobre o futuro, a que energia recorrer. Não assuma a culpa sozinho, mas não vamos incorrer no erro de sermos fundamentalistas. Carinho no seu coração e muito amor, isso sim impulsionam o mundo!
    Moira

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  3. Breno:
    soube de seu blog pela Andrezza (sou paciente dela) e gostei muito.
    Não posso deixar de comentar seu post sobre a instituição católica, hoje dirigida por um (ex-nazista, será q ex?) bispo que dirigiu a Santa Inquisição (ou o que dela virou). À frente deste órgão, o atual Papa condenou (quase crucificou) nosso bispo Leonardo Boff, impondo-o censura e mordaça por discordar de suas ideias. Isto em pelo século XX, veja só!
    O que esperar de uma criatura desta natureza? Claro que só autoritarismo, conservadorismo e a mais vil das políticas. Condenar o uso de preservativo é, no mínimo, CRIME contra populações inteiras (exemplo países paupérrimos da África). O que falar então da condenação à sexualidade alheia? Homossexualidade é apenas orientação da vida sexual do ser humano; orientação de foro íntimo, nenhuma autoridade de instituição religiosa tem o direito de se intrometer.
    O que dizer dos padres, bispos e etc que cometem crimes de pedofilia? Quer hipocrisia maior do que esta?
    Bom, melhor parar por aqui, pois meu desprezo ao papa-nazista de plantão é completo e irrestrito.
    Parabéns pela iniciativa do blog: vc não só se expressa como tem a chance de exercitar sua linguagem.
    Vou adorar receber sua visita no meu blog (www.favodomellone.com.br), em que escrevo sobre cinema, teatro, música, literatura e artes plásticas.
    Abr,
    Maurício

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